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"Eu poderia ter carro, casa, o que eu quisesse, mas eu não quero, isso para mim não traz felici

  • Eduardo Suguiyama
  • 20 de out. de 2016
  • 3 min de leitura

Bruno Souza, 26 anos, poderia ser mais um jovem normal de classe média da cidade de Guarulhos, daqueles que seguem a regra, que possuem carro, casa, viagens internacionais, mas abriu mão de seu emprego estável na Microsoft para se aventurar na arte, se aventurar no circo.

O rapaz que sempre foi diferente desde a época da escola, que não entendia o porque passava tanto tempo em um ambiente fechado, estudando coisas que talvez nunca iria usar na vida. Ao longo dos anos e de suas experiências foi quebrando mais paradigmas e estereótipos.

Como quase todo garoto, Bruno era fissurado por jogos, por computador e consequentemente programação, começou a sua vida de trabalho cedo, aos 16 anos, foi selecionado em curso da Microsoft, bastante concorrido na época. Entrou na multinacional cedo, mostrando todo seu potencial e conhecimento.

Subiu na empresa, se estabilizou, ganhava um ótimo salário para um jovem, mas não era feliz, faltava alguma coisa, não se sentia completo, eis que começou a fazer aulas de teatro, no Macunaíma, em São Paulo e sentiu o verdadeiro prazer, a grande atração pela arte, que futuramente fez com que ele largasse o bom emprego e não se preocupasse com o salário.

A arte fez o jovem mudar completamente de visão sobre a vida, abriu sua mente, o que antes era trabalho, agora virava prazer, em atuar em peças, trabalhar com o corpo, interpretar e surpreender o público.

Bruno era um novo garoto, que no auge de seus 22 anos, mudava totalmente sua vida, deixava emprego, anos de estudos dedicados a programação para fazer aquilo que realmente gostava. Viver e trabalhar com o corpo.

Como o universo da arte é grande, ele não parou apenas no teatro. Em 2014, o jovem conheceu o circo através do teatro e se apaixonou, foi amor a primeira vista. Se já era encantado pela arte, agora ficou extasiado com o circo. Tanto que não perdeu tempo e logo se matriculou em uma escola, o Galvão do Circo da Vila Madalena.

Escola que frequenta até hoje e que proporcionou a Bruno quase todo seu aprendizado, durante a entrevista fica claro o quanto o rapaz é grato e feliz pela oportunidade e por seu trabalho independente. "É uma sensação única, um aprendizado, não me arrependo de nada. Trabalhar com o corpo, com a arte é algo incrível. Hoje faço meu horário, tenho independência e não fico com um chefe traçando metas e enchendo o saco todo dia".

Porém, nem tudo foi fácil, ele relatou que ainda sofre com preconceitos de todos os lados, que começou vindo de dentro de casa. Sua mãe, que não entendeu logo de principio a sua escolha, que achou que estava ficando doido e rebelde, largando um bom emprego, estabilidade para fazer malabaris na rua, viver trabalhando de rua. Ou até mesmo seus amigos da escola que não o reconhecem mais, vizinhos que zombam de seu trabalho na rua.

Bruno é enfático para a atitude como essas. "As pessoas pensam que estou desperdiçando meu tempo. Hoje eu poderia ter um carro, uma casa, o que você quisesse, mas cara, eu não quero nada disso, isso pra mim não traz felicidade. O circo e a arte é que o me traz felicidade".

Para o futuro próximo, Bruno pretende ingressar na Escola Internacional de Circo do Rio de Janeiro e se mudar para a capital Carioca, para aprimorar e crescer ainda mais na arte circense.

Gostou da entrevista? Fique ligado, pois o perfil completo de Bruno Souza estará na próxima edição da revista Se Essa Rua Fosse Minha, que estará disponível no final de novembro.


 
 
 

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